A Freira Estrangulada - E a Maldição do Túmulo de Johnny Frank Garrett
A história a seguir contém descrições de crimes extremamente violentos: assassinato, estupro, suicídio e pedofilia. Não é indicada para pessoas sensíveis e é recomendada para maiores de 18 anos.
Johnny Frank Garrett, nasceu no dia 24 de dezembro de 1963 e foi condenado pelo assassinato brutal da irmã Tadea Benz, uma freira do Convento de São Francisco em Amarillo, Texas, nos Estados Unidos.
O crime aconteceu na noite de véspera do Halloween de 1981, Tadea tinha 76 anos de idade e fora estuprada, mutilada e estrangulada até a morte. Seu corpo foi encontrado na manhã de halloween por outras irmãs do convento, que acionaram a polícia imediatamente.
Na cena do crime haviam muitas evidências, mas, nenhuma delas conseguiu levar a um suspeito efetivo. Testemunhas chegaram a afirmar que um homem negro estava escondido atrás de algumas árvores perto do convento, na hora do assassinato, mas, a polícia de Amarillo não tinha provas para pedir a prisão de tal homem, e tampouco sabiam quem ele era.
Os moradores da cidade ficaram horrorizados com o crime e passaram a pressionar a polícia, para que solucionassem o caso o quanto antes.
Isso levou a polícia até Johnny Frank Garrett, que tinha 17 anos de idade na época do crime, Johnny tinha passagens pela polícia por causar problemas e morava em frente ao convento. Ele também tinha transtornos mentais e um certo histórico de violência, porém, sua condição não o transformava automaticamente em um assassino.
Mesmo assim, a polícia decidiu que Johnny era uma pessoa de interesse e o levou para a delegacia, onde ele foi interrogado por horas. Ele foi coagido a assinar uma carta de confissão extremamente contraditória que, inclusive, contradizia provas encontradas na cena do crime. Johnny nunca assinou o documento e sempre alegou inocência.
Mesmo com as contradições do caso, a polícia o acusou formalmente e Johnny foi levado a um tribunal. Em um caso turbulento, no ano de 1983, Johnny foi condenado e sentenciado à pena de morte por injeção letal. Ele foi detido e encaminhado para a Unidade Ellis, ao norte de Huntsville, no Texas, que na época era uma penitenciária destinada à homens que estavam no corredor da morte. Originalmente a execução de Johnny havia sido programada para o dia 6 de janeiro de 1992.
Anos mais tarde, surgiriam algumas evidências que poderiam inocentar Johnny, já que um refugiado cubano com antecedentes criminais de estupro e assassinato de mulheres idosas, batia exatamente com a descrição dada pelas testemunhas, do homem visto perto do convento no dia do crime. Porém, essas evidências foram consideradas "meras coincidências".
Durante os mais de 9 anos em que Johnny esteve no corredor da morte, a psiquiatra e especialista em estudar a "mente de assassinos", Dra. Dorothy Otnow Lewis entrevistou e analisou Johnny, enquanto fazia um estudo com 14 jovens que haviam sido condenados à morte.
Dorothy foi uma das primeiras psiquiatras forenses a publicamente apresentar a teoria de que os assassinos "foram feitos", e não "nasceram assassinos", e que, eles eram produtos de abusos e danos cerebrais, ao invés de "vasos do mal inerente".
Dorothy também estudou o transtorno dissociativo de identidade, anteriormente conhecido como transtorno de personalidade múltipla. Ela se tornou uma testemunha de defesa especialista durante os julgamentos de vários assassinos acusados e considerados altamente perigosos, testemunhando sobre sua crença controversa de que alguns criminosos são levados ao assassinato por personalidades alternativas.
No início, Dorothy disse que Johnny era esquizofrênico, e que tinha danos cerebrais profundos. Com o decorrer da análise, também começou a acreditar que ele tinha múltiplas personalidades, passando a ajudá-lo com o objetivo de poupá-lo da execução por injeção letal.
Dorothy fazia anotações e em uma delas escreveu o seguinte: “O Texas estava prestes a executar um louco por um ato supostamente cometido por um menino louco”.
O próprio Papa João Paulo II envio um pedido de clemência a governadora do Texas, Ann Richards, para que a pena de morte no caso de Johnny Garrett fosse reconsiderada. A Governadora concedeu uma suspensão temporária, e, após o adiamento, o Conselho de Perdão e Condicional do Texas marcou uma audiência sobre o caso Garrett, para analisar se ele deveria receber uma comutação para a prisão perpétua ou não.
Quando a audiência de clemência se aproximava, Dorothy entrevistou Johnny novamente. Nessas entrevistas, incluídas no documentário " The Last Word", ele falou de sua aparente personalidade alternativa, que se chamava Aaron Shockman, que ele disse ter a desenvolvido depois de ser espancado na quinta série e de ter sido supostamente abusado sexualmente durante a gravação de um vídeo de pornografia infantil e pedofilia.
De acordo com as anotações de Dorothy, Johnny parecia temer que as filmagens viessem átona: “Johnny tinha mais medo de ser reconhecido nos filmes pornográficos que fizera quando criança do que de sua execução iminente”.
Parte da razão pela qual Johnny não estava com medo de sua morte iminente era o fato de que sua suposta personalidade alter - sua tia Bárbara - insistia que ela o salvaria de ser executado.
Porém, durante a audiência do Conselho de Perdão e Condicional do Texas, a sentença de morte foi mantida por 17 votos a 1. E a execução de Johnny Frank Garrett fora remarcada, mesmo Dorothy testemunhando perante o Conselho, e demonstrando que Garrett não estava apto para execução, apresentando ainda, imagens que comprovavam as múltiplas personalidades de Johnny, bem como sua incapacidade mental.
Posteriormente bispos católicos romanos no Texas, que se opunham à pena de morte, tentaram impedir a execução de Johnny. E em uma declaração no início de 1992 eles escreveram o seguinte: “No caso de Johnny Frank Garrett, acreditamos que os tribunais devem levar em consideração não só o fato de que ele era um menor na época do crime, mas também que há provas, não admitidas no processo judicial anterior, de que ele sofreu danos cerebrais, foi abusado quando criança e era viciado em drogas”.
Além disso, Johnny recorreu e apresentou recursos para reverter sua sentença durante 9 anos. Mesmo assim, Johnny acabou sendo executado aos 28 anos na Unidade Huntsvilleem 11 de fevereiro de 1992 por injeção letal. Sua última refeição foi sorvete. As suas últimas palavras foram: “Eu gostaria de agradecer à minha família por me amar e cuidar de mim. E o resto do mundo pode beijar a minha bunda.”
Uma das últimas coisas feitas por Johnny antes de sua execução, foi emitir uma carta ao Estado e à mídia, esclarecendo suas fraudes no processo. Nessa mesma carta, Johnny amaldiçoou a todos os envolvidos por sua condenação e execução. Ele nomeou cada um e alegou que todos pagariam muito caro pelo que estavam fazendo com ele.
Anos depois relatos de doenças, suicídios e acontecimentos sobrenaturais passaram a acontecer de forma repentina e misteriosa, como:
– A jurada Novella Summner caiu de um lance de escadas e morreu alguns dias depois por complicações.
– A filha do jurado Nathan Shackelford morreu com um tiro acidental na cabeça. A irmã dele foi atropelada e morta por um motorista bêbado.
– O advogado do Julgamento de Garrett, Bill Kolius, morreu de câncer no pâncreas.
– O primeiro advogado de apelação de Garrett, Bruce Sadler, e o juiz Sam Kaiser contraíram a mesma forma de leucemia. Kaiser morreu depois de inicialmente ser curado.
– Jimmy Don Boydston contraiu leucemia e morreu.
– O policial Walt Yerger também morreu de leucemia.
– A repórter da NBC Cathy Jones morreu em um acidente de avião em Oklahoma enquanto cobria uma matéria.
– O médico legista Ralph Erdemann foi condenado por vários crimes por falsificar relatórios de autópsia. Sua licença médica foi revogada e ele foi enviado para a prisão. Sua esposa morreu de câncer no pâncreas.
– Eugene “Heavy Duty” Patterson foi encontrado morto em seu veículo. A causa da morte nunca foi determinada.
– Watley, um delator da prisão que testemunhou contra Garrett por uma pena reduzida, cometeu suicídio.
– Carol Moore, professora de Garrett que testemunhou contra ele no julgamento, também cometeu suicídio.
– O promotor Danny Hill e sua filha também cometeram suicídio.
– A esposa de um dos muitos advogados de apelação de Garrett, Jeff Blackburn cometeu suicídio. E seu filho foi acidentalmente trancado dentro de um carro quente em Houston ficou com sequelas permanentes no cérebro.
– E por último, Ann Richards contraiu câncer duas vezes e acabou falecendo.
Nunca souberam dizer se tais acontecimentos foram coincidências ou consequências da maldição lançada sobre todos eles por Johnny. Nunca encontraram um outro culpado para o assassinato da irmã Tadea Benz, mas nunca nenhuma prova concreta fora apresentada contra Johnny, além das convicções da polícia.
Que conduziu uma investigação completamente parcial, focando única e exclusivamente no objetivo de acusar e condenar um garoto de 17 anos, executado aos 28 anos de idade.
"Last Word de Johnny Frank Garrett" é um thriller de terror americano de 2016 dirigido por Simon Rumley. É uma obra de ficção baseada no documentário de Jesse Quackenbush The Last Word, sobre o julgamento, condenação e execução de um texano, Johnny Frank Garrett.
Fontes de pesquisa:
https://en.wikipedia.org/wiki/Johnny_Frank_Garrett
https://pt.iogeneration.pt/michael-sheen-is-serial-killer-new-tv-show-pilot
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Por Thainá Bavaresco.
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