A história da Al-Qaeda

 Conteúdo histórico e violento. Não é recomendado para pessoas sensíveis.

Mensagem da escritora: antes de tudo é preciso deixar muito claro que esse "Especial" tem por objetivo relatar acontecimentos históricos! Portanto não serão tolerados comentários com discurso de ódio e/ou intolerância religiosa aqui no The Crime Brasil. 


Os mulçumanos não são pessoas ruins!!!! Precisamos aprender a separar a religião de PESSOAS extremistas. E lembrar que todo e qualquer grupo extremista comete atrocidades contra a humanidade. 


A crença cega em alguma coisa faz com que as pessoas percam o bom senso e passem a agir como "justiceiros" e isso nunca acaba bem.  


Nós sabemos que não podemos enfiar goela abaixo as nossas cresças e visão de mundo, e é exatamente isso que grupos extremistas acabam fazendo (todos os grupos e de qualquer religião). Mas são grupos específicos e não todo um país, toda uma religião ou todo um povo!  

Tenhamos respeito e empatia. 


Hoje começaremos o "Especial 11 de Setembro". 

 

Serão três textos oficiais e um extra que ainda está em votação no Instagram do The Crime Brasil. 

O primeiro: A história da Al-Qaeda 

O segundo: O ataque de 11 de setembro de 2001 

O terceiro: A crise humanitária do Afeganistão 

E o quarto e último (caso seja votado na enquete): A história de Osama bin Laden. 


Espero muito que gostem e agora sem mais delongas bora para o caso de hoje. 


Boa leitura! 



Antes que entendermos como a Al-Qaeda foi criada é importante sabermos o contexto histórico em que tudo isso aconteceu. 

 

Os Estados Unidos e a União Soviética fizeram parte da mesma aliança durante a Segunda Guerra Mundial, os "Aliados", que lutaram contra os países do "Eixo" que promoviam o fascismo e o nazismo no mundo.  

 

A Segunda Guerra Mundial foi um conflito militar global que ocorreu entre os anos de 1939 a 1945, grande parte das nações do mundo acabaram entrando na Guerra por conta da proporção gigantesca que ela tomou, incluindo todas as grandes potências que ficaram organizadas em duas alianças militares opostas: os "Aliados" que era composto pelo Reino Unido, França, União Soviética e Estados Unidos; e o "Eixo", composto pela Alemanha, Itália e Japão. 

 

A guerra teve o seu início na Europa, mas rapidamente se espalhou pela África, Ásia e Oceania. Depois disso várias outras nações de todos os continentes, precisaram intervir, inclusive o Brasil.  

 

A Segunda Guerra Mundial matou mais de 60 milhões de pessoas e ficou marcada por uma série de acontecimentos devastadores, como por exemplo o Holocausto, o Massacre de Katyn, o Massacre de Babi Yar e o lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki. 

 

Em maio de 1945 os nazistas se renderam aos Aliados, mas somente no dia 2 de setembro de 1945, que a Segunda Guerra Mundial teve a sua declaração oficial de encerramento, pois, foi nesse dia que o Japão assinou um documento que reconhecia a sua rendição incondicional aos Estados Unidos. 

 

Após o "Eixo" ter sido derrotado, iniciou-se uma disputa pelo poder entre as duas superpotências mundiais, os Estados Unidos e a União Soviética, que polarizarem o mundo em dois grandes blocos: um de ideologia socialista (URSS) e o outro, capitalista (EUA). 

 

Com esse novo conflito os demais países do globo se viram “obrigados” a escolher um dos lados para serem aliados e para obterem proteção. Tanto os Estados Unidos, como a União Soviética buscavam aumentar as suas áreas de influência, seja por meios materiais, nas "conquistas" de território (através da economia e do poder bélico), seja por suas ideologias. 

 

Dessa forma, um grande conflito político-ideológico se formou e ficou conhecido como "A Guerra Fria", que durou entre os anos de 1947 a 1991.  

 

Durante a Guerra Fria vários conflitos aconteceram em países diferentes nessas tentativas da tomada de território da União Soviética. Entre esses conflitos estava a "Guerra do Afeganistão", que aconteceu entre os anos de 1979 a 1989. 

 

Nesse período os guerrilheiros Mujahidins enfrentavam os soldados soviéticos. A maioria desses grupos de guerrilheiros também chamados de "facções de insurgentes da vertente sunita" recebia apoio militar, na forma de armas e dinheiro, de nações vizinhas como o Paquistão, Arábia Saudita e a China, além disso, o mais crucial suporte logístico veio de nações ocidentais como os Estados Unidos e o Reino Unido. 

 

A Al-Qaeda foi sucessora da Maktab al-Khadamat, conhecida como "MAK", ela foi uma organização formada por guerrilheiros Mujahidin que lutavam contra a União Soviética durante a Guerra do Afeganistão.  

 

Osama Bin Laden foi um dos fundadores da MAK, juntamente com o militante palestino Abdullah Yusuf Azzam. O papel da MAK era angariar fundos para financiar o treinamento de pessoas de todo o mundo para a guerra e para transportar os combatentes para o Afeganistão.  

 

A MAK foi custeada em sua maioria com doações de milionários islâmicos, mas também foi abertamente auxiliada pelos governos do Paquistão, Arábia Saudita, e indiretamente pelos Estados Unidos, a partir da "Operação Ciclone" nome em código do programa da CIA - Central Intelligence Agency, ou Agencia Central de Inteligência dos Estados Unidos, que direcionou grande parte de seu apoio através do serviço de inteligência paquistanês ISI (sigla para Inter-Services Intelligence). 

 

Durante a segunda metade dos anos 1980 a MAK ainda era um grupo relativamente pequeno no Afeganistão, sem combatentes afiliados, porém, concentrava as suas atividades no levantamento de fundos, logística, habitação, educação, auxílio a refugiados, recrutamento e financiamento de outros guerrilheiros Mujahidin.  

 

Em 24 de novembro de 1989, Azzam foi morto pela detonação de três bombas. Após a morte de Azzam, bin Laden assumiu o controle do MAK e a organização acabou sendo absorvida ou "fundida" pela Al-Qaeda, que já havia sido fundada no dia 11 de agosto de 1988, também por Osama bin Laden. 



Depois de uma longa e cara guerra que durou uma década, a União Soviética retirou suas tropas do Afeganistão em 1989. O governo socialista afegão de Mohammed Najibullah foi rapidamente destituído em favor de partidários dos Mujahidin. 

 

A princípio, o foco de atuação da Al-Qaeda era expulsar as tropas soviéticas do território Afeganistão, nessa época eles recebiam ajuda financeira dos países vizinhos e dos Estados Unidos que passou a também realizar treinamento militar para os guerrilheiros Mujahidin. 

 

Depois da guerra a Al-Qaeda, que significa "A Base" se tornou uma organização fundamentalista islâmica, que como já disse, foi fundada por Osama bin Laden.  



Grupos fundamentalistas são aqueles que acreditam em suas crenças como sendo verdade absoluta. O livro sagrado daquela determinada religião se torna indiscutível e deve ser seguido à risca tudo o que o comtempla. 

 

Após a Al-Qaeda expandir seus objetivos de atuação, Osama bin Laden iniciou uma luta em nome de sua religião e disputa de poder geopolítico no Oriente Médio. 


 

Em 2 de agosto de 1990, o exército iraquiano, comandado por Saddam Hussein invadiu e conquistou o Kuwait, um país árabe no Golfo Pérsico, que era composto por diversos poços de petróleo. Esta ação trouxe uma imediata condenação internacional, com os países do Conselho de Segurança da ONU impondo sanções econômicas contra o Iraque e a Coalizão internacional declarando Guerra contra o país. 
 

O conflito ficou conhecido como "A Guerra do Golfo", e durou pouco mais de seis meses, tendo o seu início no mesmo dia da invasão, 2 de agosto de 1990, se estendendo até o dia 28 de fevereiro de 1991.  

 

A Guerra do Golfo foi liderada pelos Estados Unidos, e apoiada pela ONU - Organização das Nações Unidas, com a aprovação de seu Conselho de Segurança, através da Resolução 678, autorizando o uso da força militar para conseguirem a libertação do Kuwait. 

 

George Bush, o então presidente dos Estados Unidos na época enviou uma enorme quantidade de soldados das forças armadas estadunidenses para a Arábia Saudita e pediu apoio de nações parceiras. Mais de trinta países contribuíram com algum meio militar para a Coalizão, formando uma das maiores alianças militares que o mundo viu desde a Segunda Guerra Mundial. 

 

Nessa época, Bin Laden procurou o rei da Arábia Saudita e exigiu que o país fosse defendido apenas por soldados muçulmanos. Porém, o rei desconsiderou sua sugestão e permitiu que o exército americano adentrasse seu território.  

 

Além disso, as bases militares estadunidenses foram instaladas na península arábica, sede dos principais santuários do Islã, isso enfureceu Bin Laden que iniciou uma campanha contra os Estados Unidos. 

 

Bin Laden também passou a criticar o rei da Arábia Saudita e acabou sendo expulso do país. Ele se refugiou no Sudão e se aproximou de grupos extremistas islâmicos da África. Financiou vários atentados, fortalecendo ainda mais a Al-Qaeda.  

 

Um desses ataques foi a tentativa sem sucesso de assassinato do presidente egípcio, Hosni Mubarak. Após o atentado ao presidente, alguns países árabes, bem como os Estados Unidos, começaram a pressionar o governo do Sudão para que expulsasse Osama de seu país. Foi então que ele retornou ao Afeganistão. 

 

Dessa forma, Osama decidiu que precisava acabar com a influência ocidental em todos os países islâmicos e o objetivo da Al-Qaeda passou a ser: "criar uma enorme e influente nação muçulmana". Para Osama, os Estados Unidos representavam tudo que ia contra os seus princípios e ideologias. Além de interferirem diretamente em seus interesses. 

 

Entre 1996 e 1998, Bin Laden emitiu duas "Fatwã" (que são pronunciamentos/decretos legais no Islã emitido por um especialista em lei religiosa, sobre um assunto específico).  

 

No primeiro decreto, ele exigiu que os americanos abandonassem os lugares sagrados do islamismo e no segundo, ele e outros líderes islâmicos radicais, autorizavam a morte de americanos e judeus em qualquer parte do mundo. E então eles declararam guerra aos Estados Unidos. 

 

Depois disso foram atribuídos à Al-Qaeda diversos atentados a civis e militares, e a Al-Qaeda foi considerada uma organização terrorista por vários países.  


 

Os atentados atribuídos a Al-Qaeda são: 

Em 1998: Ações nas embaixadas dos Estados Unidos no Quênia e na Tanzânia; em 2000: Explosão de um navio de guerra dos Estados Unidos no Iêmen; em 2001: Os ataques de 11 de setembro de 2001, em Nova Iorque, em Washington e na Pensilvânia, nos Estados Unidos; em 2002: Ato suicida em um hotel na cidade de Mombasa, no Quênia; e Explosão de uma bomba em um resort, em Bali na Indonésia; 2004: Explosão de quatro trens com passageiros em Madrid na Espanha; 2005: Três explosões operadas por “homens-bomba” em um metrô e um ônibus em Londres na Inglaterra; 2008: Ação de um carro-bomba na embaixada dinamarquesa em Islamabad no Paquistão; 2015: Ataque contra a sede do jornal Charlie Hebdo em Paris na França. 

 

Os ataques do 11 de setembro de 2001, em Nova Iorque, em Washington e na Pensilvânia, foram os mais marcantes e serão tratados com exclusividade no próximo texto e episódio da semana que vem. Mas após o atentado do 11 de setembro os Estados Unidos declararam "Guerra ao Terror". 

 

Após essa declaração, Osama bin Laden se escondeu no Afeganistão e os Estados Unidos iniciaram um ataque contra as bases de treinamento da Al-Qaeda e instalações militares do Regime Talibã, no Afeganistão.  
 

Dois anos depois, os Estados Unidos invadiram o Iraque e iniciaram uma guerra que resultou na saída de Saddam Hussein do poder. Ele acabou sendo preso e foi executado em 2006.  

 

Somente 10 anos após o atentado do "11 de setembro", Osama Bin Laden foi capturado e executado. Ele estava escondido no Paquistão. A informação foi confirmada pelo então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no dia 2 de maio de 2011.  

 

O corpo de Osama bin Laden foi jogado no mar numa tentativa de que seu tumulo não se tornasse um local de adoração de seus seguidores. 

 


Mesmo após a morte de Osama a Al-Qaeda não finalizou suas atividades. Atualmente, ela possui grupos de atuação na Somália, Argélia, Líbia, Chade, entre outros países. Cada região tem o seu líder específico e suas atuações são atuações distintas. 

 

Não é possível especificar com precisão as atuais atividades da Al-Qaeda, porém, algumas delas são: o fornecimento de suporte financeiro e logístico para diversas organizações terroristas do mundo; bem como, a revista online "informativa" da Al-Qaeda que publica artigos sobre terrorismo; doutrinação e maneiras de construir bombas caseiras e dispositivos de tortura. 

 
A Al-Qaeda é uma organização extremamente rica e influente, e de acordo com um relatório recente da ONU, a Al-Qaeda está presente em pelo menos 15 províncias afegãs, principalmente nas regiões leste, sul e sudeste do país. 

 

O Talibã e Al-Qaeda mantém relações "pacíficas" entre si e com a recente ascensão do Talibã ao poder do Afeganistão é possível prever que um fluxo de novos guerrilheiros se afilie aos grupos terroristas.  

 

Mesmo com a determinação do presidente atual dos Estados Unidos, Joe Biden para retirar todas as forças americanas do Afeganistão, a Al Qaeda afirma que a sua guerra contra os Estados Unidos está longe do fim. 

 

Continua na semana que vem... 


Fontes de pesquisa:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Al-Qaeda

https://www.youtube.com/watch?v=eQ08AS5ZHQQ&t=1199s&ab_channel=D%C3%A9boraAladim

https://brasilescola.uol.com.br/geografia/al-qaeda.htm

https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/alqaeda.htm

https://www.politize.com.br/al-qaeda/

https://www.bbc.com/portuguese/internacional-55379503

https://brasil.elpais.com/noticias/al-qaeda/

https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/al-qaeda

https://pt.wikipedia.org/wiki/Opera%C3%A7%C3%A3o_Ciclone

https://www.bbc.com/portuguese/internacional-58377632

https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/al-qaeda-promete-guerra-em-todas-as-frentes-contra-os-estados-unidos/


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Por Thainá Bavaresco.

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