A história de Jeffrey Dahmer

 A história a seguir contém descrições de crimes extremamente violentos, tortura contra animais, necrofilia, canibalismo, lobotomia e dissecação de corpos. Não indicado para pessoas sensíveis. Indicado para maiores de 18 anos. 

"Talvez o horror pudesse ter sido evitado. Certamente, sinais de alerta apareceram ao longo do caminho - sinais de que havia algo de errado com Jeffrey Dahmer. Algo de muito errado."

Jeffrey Lionel Dahmer, nasceu em 21 de maio de 1960, em Milwaukee, Wisconsin, EUA. Filho de Lionel Dahmer e Joyce Dahmer, Jef também tinha um irmão mais novo que se chamava David Dahmer, nome que foi escolhido pelo próprio Jef. 


 

Ele cresceu em Bath, Ohio, numa comunidade tranquila de classe média. Seu pai era químico e sempre estava ocupado com o trabalho e pesquisas acadêmicas, então quase nunca estava em casa. Mas sempre deu muito carinho ao Jeffrey, assim como sua mãe, embora ele não fosse tão próximo dela. 

  

Jeffrey criança com seu pai

Joyce e Lionel brigavam muito, o casamento deles era extremamente problemático e eles não se suportavam, mas permaneciam juntos.  

 

Lionel relatou tempos depois que Jef nunca foi de se comunicar, era como se ele sentisse algum tipo de aversão às pessoas, e que desde pequeno sempre foi quieto e isolado do convívio social. Não gostava de conversar com ninguém e quando o fazia era para dizer somente o necessário e encerrava aquele diálogo o mais rápido possível. Nem mesmo do próprio irmão David, Jef conseguiu manter uma relação próxima e afetiva. 

 

Em entrevistas posteriores a sua prisão, Jef descreve que tudo começou quando ele tinha entre 15 e 16 anos de idade, nessa época ele já fantasiava sobre sexo, controle, poder e domínio completo sobre outras pessoas. E descreve que existia muita excitação, medo, prazer e todas essas emoções se misturavam em sua cabeça, mas como ele era apenas um adolescente não conseguia colocar em prática nenhuma de suas fantasias. 

 

Nessa mesma época ele descobriu um fetiche em pele e ossos, e aproveitou que a sua casa ficava próxima a uma rodovia movimentada que sempre tinham animais que acabavam sendo atropelados e morriam na beira da estrada. Ele passou a caminhar por ali a procura desses pequenos animais mortos, quando encontrava os colocavam numa sacola para levar a um tipo de galpão no quintal de sua casa onde fazia os mais variados "experimentos" com os corpos desses animais.  

 

O que ele mais gostava de fazer era mergulhar os animais em ácidos para que pudesse dissecá-los e ver como era o corpo deles por dentro. Ele deixava sua "coleção de esqueletos de pequenos esquilos" a mostra e também criou um cemitério de animais no quintal da casa. Seu pai não achava nada daquilo estranho, pois imaginava que se tratava de uma curiosidade científica, aflorada no filho. E permitia que Jef utilizasse seus produtos químicos para realizar esses experimentos bizarros. 

 

Joyce também não se importava com o que Jef fazia. Existem muitos relatos que dizem que ela nunca se importou com o Jef e sempre foi negligente em relação a ele e ao que ele fazia. Isso ficou bastante evidente quando ela simplesmente o abandonou – mas essa é uma história que vou contar daqui a pouco. 

 

Jef realmente achava o máximo todas as experiências que fazia com os animais mortos que encontrava na estrada. Na graphic novel "Meu Amigo Dahmer: Estudando com um serial killer", publicada pela editora DarkSide Books e escrita por Derf Backderf, um amigo da época de colégio de Jef, é relatado pelo autor que num certo dia, Dahmer reuniu alguns amigos nesse galpão e mostrou para eles os trabalhos que fazia com os animais mortos. Eles obviamente ficaram horrorizados, chamaram Jef de louco e disseram que aquilo era nojento. 

 

Esse episódio foi suficiente para que Jef se fechasse ainda mais e soubesse que contar para alguém sobre as suas fantasias sexuais e perturbadoras o tornariam, aos olhos dessas pessoas em um louco, assim como seus amigos o consideraram. Então, ele nunca mais contou a ninguém sobre suas fantasias de matar e estripar animais.  

 

Em 1976 Jef começou a beber e em 1977, seu último ano no ensino médio as coisas pioraram bastante. Ele estava visivelmente se tornando um alcoolista e chegava nas aulas completamente bêbado. Derf descreve em seu livro que naquela época (anos 70), ser um viciado em álcool no ensino médio, não era motivo de alerta, pois, a cultura hippie estava em ascensão e segundo ele alguns professores chegavam a fumar baseados com os alunos. 

 

Em 1978 o pai de Jeffrey pediu o divórcio e o casamento catastrófico que seus pais mantinham finalmente chegaria ao fim, mas, algumas semanas antes da colação de grau de Jeffrey, sua mãe decide fugir com David para sua terra natal.  

 

Jef perguntou a mãe se ela o levaria também e ela disse que não, que era para ele ficar na casa aguardando Lionel chegar. E pediu para que Jef não contasse a seu pai para onde ela estava indo, pois eles estavam em meio ao processo de guarda do David e ela tinha medo de perdê-la por ser hipocondríaca. Jeffrey jurou que não contaria. 

 

Então sua mãe foi embora sem deixar dinheiro ou comida para Jeffrey, ela simplesmente saiu pela porta e não voltou mais. Jef se sentiu extremamente abandonado e rejeitado passou a desenvolver um medo muito grande do abandono. Somente Lionel acompanhou Jef em sua Formatura. 


 


Seu pai estudava para conquistar seu PHD em Química e quase não ficava em casa, então ele deu dinheiro ao filho e pediu para que ele se cuidasse até que ele conseguisse voltar para a casa. Jef usou o dinheiro para comprar bebidas e ficou por dias enchendo a cara.  

 

Duas semanas depois de sua colação de grau, Jef decide procurar por animais mortos na beira da estrada com o seu carro. Ele estava completamente bêbado e enquanto procurava por animais, avistou um garoto pedindo carona, era Stephen Hicks e ele estava super empolgado pois acabara de sair de um festival de músicas e aceitou na hora a carona oferecida por Jef.  

 

Hicks tinha 18 anos e acabou aceitando ir para a casa de Jef para beber e fumar maconha. Ele adorou conversar com Jef e passar um tempo com ele, mas quando disse que precisava ir embora, Jef imediatamente pegou uma barra de ferro e bateu na cabeça de Hicks, matando-o na hora. Jef disse em depoimentos posteriores que só queria mantê-lo com ele. 

 

Jef sempre soube que era gay, pois todas as suas fantasias sexuais eram com homens e esses homens normalmente estavam mortos, pois ele sempre quis se sentir no controle total da situação. Ter o corpo de um homem que ele achava atraente, a sua disposição era a concretização de todas as suas fantasias sexuais. Então Jef se masturbou em cima do corpo recém assassinado de Stephen Hicks.  

 

Jeffrey disse que não tinha intensão em matar Stephen, mas aconteceu. Ele também disse que nunca sentiu prazer - no matar - mas, que precisava fazer aquilo para conseguir "usufruir" como bem entendesse dos corpos de suas vítimas.  

 

Depois desse homicídio violento, Jef passou a se comportar de uma maneira extremamente estranha, bebendo cada vez mais, não queria estudar ou trabalhar, então seu pai achou que seria melhor mandá-lo para servir ao exército, pois segundo Lionel, o exército poderia de certa forma "corrigir o Jeffrey".  

 

De certa forma o tempo em que ele serviu ao exército realmente ajudou, Jeffrey voltou diferente, mais sorridente e comunicativo, mas fora expulso por problemas com a bebida e por se tratar de um ambiente extremamente homofóbico nunca pôde se assumir gay para os colegas que serviam com ele. 

 

Quando ele voltou, seu pai achou que seria melhor ele morar com a sua avó paterna, e como Jef a amava, não viu problema e se mudou para West Allis, onde sua avó morava. 

 

Em 15 de setembro de 1987, 9 anos depois de ter matado a sua primeira vítima, Jef encontrou Steven Tuomi, um rapaz de 25 anos natural de OntonagonMichigan, em um bar, eles conversaram e foram para o Hotel Ambassador, em Milwaukee e alugaram um quarto para passar a noite. 

 

De acordo com o próprio Jef em entrevista, ele não tinha intenção de mata-lo, só queria drogar o Steven para conseguir estuprá-lo e usar seu corpo como quisesse. Na manhã seguinte, ao acordar, Jef encontrou Tuomi morto com o peito esmagado e o corpo cheio de contusões. Ele provavelmente havia batido muito nele. 

  

Os punhos de Jef estavam machucados também. Ele afirmou nessa mesma entrevista que não se lembrava de nada daquela noite, mas não nega tê-lo feito enquanto estava inconsciente e ainda acrescentou que se sentiu aliviado ao ver que ele estava morto, pois não precisaria lidar com as emoções dele. Jef comprou uma mala grande e a utilizou para transportar o corpo de Tuomi de volta para a casa da avó.  


Uma semana depois, ele desmembrou o corpo, removendo as pernas, braços e cabeça do torso, depois jogou ácido para remover a carne dos ossos, e colocou os restos mortais de Tuomi em pequenos sacos plásticos de lixo. Jef esmagou os ossos com uma marreta e também os descartou no lixo. Os ossos de Tuomi nunca foram encontrados. 


Nas próximas duas semanas, Jef manteve a cabeça de Tuomi embrulhada em um cobertor. Posteriormente, ele ferveu a cabeça da vítima com um detergente industrial alcalino e alvejante para tentar preservar o crânio, que ele usou como um estimulo para se masturbar. Algum tempo depois, o crânio acabou perdendo consistência e Jef o descartou. 


Após o assassinato de Tuomi, Jef passou a procurar novas vítimas, principalmente nos bares gays, levando-as para a casa da avó. Chegando lá, ele oferecia bebidas batizadas com drogas para dormir e as matava por estrangulamento. Jef praticava necrofilia, esquartejamento e dissecava todos os corpos de suas vítimas. 


Alguns meses após a morte de Tuomi, no dia 16 de janeiro de 1988, Jef avistou um garoto na rua chamado James Doxtator, ele tinha apenas 14 anos e idade. Jef ofereceu 50 dólares para James, se ele aceitasse tirar fotos nuas. Ele aceitou.  


Na casa da avó de Jeffrey ele convenceu James a fazer sexo oral nele e quando a sua avó dormiu, ele o estrangulou. Jeffrey levou o corpo do garoto para o porão, se masturbou duas vezes em cima do cadáver e o deixou lá por quase uma semana para praticar necrofilia quando tivesse vontade. Quando o corpo começou a se decompor, Jef o desmembrou da mesma maneira que havia feito com Tuomi. Ele jogou os restos mortais de James no lixo, mas ficou com o crânio por um tempo antes de vaporiza-lo. 


Em 24 de março de 1988, Jef conheceu Richard Guerrero, um homem bissexual de 22 anos, do lado de fora de um bar gay. Ele ofereceu 50 dólares para ele o fizesse companhia naquela noite. Ele aceitou e foi drogado e estrangulado com um cinto de couro.  


Jef fez sexo oral no corpo dele e, 24 horas depois, o desmembrou, mantendo seu modus operandi de remover a carne dos ossos, jogar os restos no lixo e reter o crânio por um tempo antes de pulveriza-lo.  


Em 23 de abril de 1988, Jef levou outro homem para sua casa e novamente o drogou no porão. Porém, sua avó escutou um barulho e perguntou se era ele quem estava ali. Embora Jef tenha respondido de uma maneira que desse a entender que ele estava sozinho, sua avó sabia que ele frequentemente levava homens para a casa. Ao perceber isso, Jef decidiu esperar a vítima ficar inconsciente e o levou para um hospital. 


Em 26 de setembro desse mesmo ano, Jef foi preso por drogar e molestar um garoto de 13 anos, que ele havia levado para casa para tirar fotos dele nu.  


Em janeiro de 1989, ele foi condenado por agressão sexual em segundo-grau e por incitar uma criança para "fins imorais". Ele foi solto após pagar uma fiança de 50 dólares. 


Dois meses após sua condenação, Jef assassinou sua quinta vítima. Anthony, era um rapaz de 24 anos, que Jef conheceu em 25 de março de 1989 no bar que costumava frequentar. 


Segundo Jeffrey Dahmer, ele se aproximou de Anthony sem intenção de cometer um crime. Jef o levou para a casa de sua avó e eles fizeram sexo oral, Jef drogou Anthony e o estrangulou. No dia seguinte, ele o decapitou e o dissecou. 


Ele retirou a carne do corpo dele e pulverizou os ossos, com os restos sendo jogados no lixo. De acordo com Jef, Anthony era "extremamente atraente" e foi a primeira vítima que ele resolveu guardar partes dos corpos, preservando a cabeça e a genitália dele em acetona 


A avó de Jef pediu para que ele se mudasse, afirmando não aguentar mais ver ele trazendo homens tarde da noite para a casa dela. Além disso, o cheiro que emanava do porão estava ficando fortíssimo.  


Jeffrey então se mudou para o apartamento Oxford, n. 213, na rua North 25th, em Milwaukee. A região era conhecida por ter altos índices de criminalidade, mas era perto de onde trabalhava na fábrica de chocolate e o valor do aluguel era de apenas 300 dólares. Ele levou a cabeça mumificada e o pênis de Anthony com ele. 


Apartamento do Jeffrey Dahmer

Uma semana após se mudar para o apartamento 213, Dahmer matou sua sexta vítima, Raymond Smith, um prostituto de 32 anos. O modus operandi era o mesmo, Jef drogava a bebida da vítima e a estrangulava. 


Como no apartamento ele tinha mais "privacidade", comprou uma câmera polaroide e passou a fotografar os corpos de suas vítimas. Ele tirou várias fotos do corpo de Raymond em posições sexuais no banheiro do apartamento. 

 

Cozinhou as pernas, braços e pélvis em uma chaleira de aço com Soilex, o que lhe permitiu enxaguar os ossos na pia. O restante do esqueleto de Raymond foi dissolvido em ácido dentro de um recipiente grande, a exceção do crânio. Dahmer pintou o crânio de Raymond e o guardou ao lado do de Anthony.  


Em 27 de maio, ele levou outra vítima para seu apartamento, mas acidentalmente tomou a bebida com drogas e acabou inconsciente. Quando acordou, a vítima havia sumido, tendo antes roubado roupas, 300 dólares e um relógio. Jef nunca reportou o crime a polícia, mas citou o roubo ao seu oficial de condicional. 


Em junho de 1990, Jef conheceu Edward Smith, de 27 anos, e o convidou para ir ao apartamento. Ele o drogou e estrangulou logo em seguida. Ao invés de dissolver os restos de Edward em ácido, ele preservou o esqueleto dele no freezer por vários meses na esperança de não reter a umidade. Isso não deu certo e Jef acabou acidificando o resto de Edward. Acidentalmente, Jef acabou destruindo o crânio da vítima, algo que fez com que ele se sentisse mal.  


Três meses mais tarde, ele atraiu para seu apartamento Ernest Miller, um homem de 22 anos e nativo de Chicago, com uma oferta de 50 dólares para passar a noite com ele. No apartamento, Jef ofereceu uma bebida, que já estava drogada, mas como ele não tinha tantos soníferos, a vítima não ficou totalmente inconsciente e Jef resolveu cortar sua garganta. Ernest morreu em minutos. Jef levou o corpo para o banheiro, tirou fotos do cadáver em posições sexualmente sugestivas antes de desmembra-lo.  


Durante todo o processo, Jef beijava e conversava com o crânio da vítima. Ele embrulhou o coração, os bíceps e fez "porções de carne" da perna de Ernest em sacos plásticos e os colocou na geladeira para cozinhar com legumes. Ele seguiu essa "dieta" por um tempo. 


O resto da carne e os órgãos das vítimas eram dissecados e separados os ossos da carne com ácido. 


Para preservar o esqueleto, Jef colocou os ossos em uma solução de alvejante por 24 horas antes de deixa-lo para secar por uma semana; a cabeça dele foi colocada inicialmente num refrigerador antes dele remover a carne do crânio, para depois pinta-lo e revesti-lo com esmalte. Ele fez isso para deixá-la exposta em sua casa como decoração e ninguém perceber que se tratava de um crânio real, de uma pessoa real. 


Três semanas após o assassinato de Ernest, Jeffrey Dahmer fez sua oitava vítima. David Thomas, de 22 anos, ele se encontrou com Jef num shopping local e foram até o apartamento para tomar algumas bebidas. 


Mais tarde, quando interrogado pela polícia, Jef afirmou que não achava David atraente, mas tinha medo de deixa-lo ir pois talvez ele ficasse enfurecido por ter sido drogado. Então, após deixa-lo inconsciente com uma alta dose de soníferos, Jef o estrangulou e desmembrou seu corpo. Apesar de ter tirado fotos do cadáver desmembrado, ele não manteve para si nenhuma parte do corpo.  


Depois dessa vítima, Jef ficou quase cinco meses sem matar, embora algumas vezes tenha tentado atrair homens para seu apartamento. 


Durante todo o ano de 1990, Dahmer afirmou para seu oficial de condicional que ele estava sofrendo de ansiedade e depressão e frequentemente fazia referências a sua sexualidade e seus problemas em se conformar com ela, seu estilo de vida solitário e dificuldades financeiras. E em alguns momentos afirmou ter pensamentos suicidas. 

 

Em fevereiro de 1991, Jef conheceu o jovem Curtis Straughter, de 17 anos, numa parada de ônibus. Ele o levou ao apartamento com a promessa de remuneração financeira caso posasse nu para ele, além de incentivos sexuais. Assim como nos outros oito assassinatos, Jef drogou a bebida de Curtis e o estrangulou. Após desmembrar seu corpo, ele manteve para si o crânio, as mãos e a genitália de Curtis, tirando várias fotos do processo com sua polaroide. 


Dois meses depois, em abril, Jef encontrou Errol Lindsey, sua décima vítima, um garoto de 19 anos. Mesmo com Errol sendo heterossexual, Jef conseguiu atrai-lo para o seu apartamento, onde o drogou. Enquanto sua vítima estava drogada, Jef tentou realizar o procedimento de lobotomia. 


Abriu um buraco na cabeça dele e injetou ácido clorídrico no seu cérebro. Em depoimento posterior, Jeffrey afirmou que fez isso pois queria criar um estado mental de "zumbi" na sua vítima, para deixa-lo completamente submisso e controlável (a fantasia sexual que mais procurava satisfazer).  


Errol acordou reclamando de dor de cabeça e perguntou que horas eram. Vendo que seu experimento havia falhado, Dahmer então o drogou novamente e o estrangulou. Assim como a maioria das vítimas de Jeffrey Dahmer, Errol Lindsey teve o corpo desmembrado e então foi decapitado, com Dahmer mantendo o crânio para si.  


O corpo dele foi dissecado e sua pele foi colocada numa solução de água fria e sal por várias semanas, na esperança de retê-la permanentemente. Relutantemente, ele descartou a pele de Errol quando notou que ela havia se tornado muito desgastada e quebradiça. 


Durante todo o primeiro semestre de 1991, os moradores do apartamento Oxford, onde Dahmer morava, constantemente reclamavam do forte odor que exalava do seu apartamento, o 213, além de barulhos. 


O síndico do prédio, Sopa Princewill, falou com Jef várias vezes a respeito dessas reclamações, mas Jef dava várias desculpas, dizendo que o seu freezer quebrava constantemente e estragava a comida, ou que seus peixes tinham morrido e o odor vinha disso, mas sempre falava que daria um jeito nisso. 


Em 26 de março de 1991, Jeffrey Dahmer conheceu o adolescente Konerak Sinthasomphone, de 14 anos. Por coincidência, Sinthasomphone era o irmão mais novo do jovem que Dahmer havia molestado três anos antes. Ele propôs ao garoto que ele viesse ao seu apartamento para tirar umas fotos com sua polaroide, mas ele resistiu a ideia, cedendo apenas após certa insistência de Jeffrey.  


Jef ofereceu uma bebida drogada para ele, e o deixou inconsciente. Estuprou o menino e perfurou sua cabeça na tentativa de praticar lobotomia novamente. Injetou ácido clorídrico no seu lobo frontal. Depois levou o garoto para seu quarto, onde estava também o corpo de Tony Hughes, de 31 anos, que Jef havia matado três dias antes. 


Posteriormente, em depoimento, Jef acreditava que Sinthasomphone recuperou sua consciência e viu o corpo de Tony, mas não reagiu imediatamente devido ao estado que estava devido ao ácido no seu cérebro.  


Sinthasomphone ficou inconsciente de novo e Jef aproveitou para ir ao bar beber e comprar mais bebida. Na manhã do dia 27 de março, Jeffrey retornou para sua casa e encontrou Sinthasomphone acordado e falando em laociano com três mulheres. Jef se aproximou e explicou que o garoto (que ele chamou de John Hmung) era seu namorado e o pegou pelo braço para guia-lo ao seu apartamento.  


As mulheres não ficaram convencidas e afirmaram que já haviam chamado a polícia. Dois policiais, John Balcerzak e Joseph Gabrish, chegaram e questionaram Jef sobre quem era o garoto. Ele informou os oficiais que Sinthasomphone era maior de idade, que os dois tinham discutido e ele estava bêbado 


As três mulheres continuavam a não acreditar na história de Jef, apontando que o garoto parecia resistir a ideia de voltar ao apartamento de Dahmer. Uma delas salientou aos policiais que Sinthasomphone tinha alguns ferimentos, como na cabeça, e que ele sangrava pelo ânus.  


Mas os policiais acreditaram no Jef, entendendo que ele e o rapaz estavam tendo apenas uma "discussão doméstica". Um dos policiais colocou uma toalha sobre Sinthasomphone e o escoltou até o apartamento, onde deu uma rápida olhada no lugar.  


Parte interna do apartamento do Jeffrey

Apesar do odor que vinha do local (devido ao corpo em decomposição de Tony Hughes), eles não notaram nada fora do comum. Jef chegou a mostrar uma foto de Sinthasomphone seminu, onde ele parecia tranquilo, e isso pareceu convencer o policial de que realmente os dois eram um casal. Se os policiais tivessem olhado melhor o apartamento, teriam visto as partes de corpos humanos e as polaroides macabras que Jef colecionava. 


Eles também poderiam ter feito uma rápida checagem com a Central sobre Jef e teriam verificado que ele era um agressor sexual registrado e já havia sido condenado por molestar uma criança, algo que justificaria uma busca em sua casa.  


Com Sinthasomphone de volta no apartamento, Jef injetou novamente ácido clorídrico no seu cérebro, mas desta vez foi fatal. Ele então ligou para o seu trabalho e pediu um dia de folga, para se dedicar ao desmembramento de Sinthasomphone e Hughes, retendo o crânio de ambos como um troféu e dissolveu a carne do corpo deles em ácido. 


Em 30 de junho, Jef viajou para Chicago e conheceu o jovem Matt Turner, de 20 anos, numa estação de ônibus. Ele o convenceu a viajar até Milwaukee com ele para tirar umas fotos profissionais. Jef então o drogou, estrangulou e desmembrou Matt em seu apartamento. Conservando seu crânio e colocando seus órgãos internos em sacolas plásticas e guardando elas no freezer.  


Turner nunca foi reportado como desaparecido por nenhum familiar ou conhecido. Uma semana depois, Jef conheceu Jeremiah Weinberger, de 23 anos, num bar e o atraiu para seu apartamento, querendo passar o fim de semana com ele. Jeremiah foi drogado, como os outros, mas desta vez Jef perfurou seu crânio e injetou água fervente no seu cérebro, que o colocou em coma. O jovem faleceu dois dias depois.  


Em 15 de julho, Jef conseguiu atrair Oliver Lacy para seu apartamento, onde os dois tentaram fazer sexo antes de Dahmer o drogar. Desta vez, Jeffrey queria prolongar a vida de Oliver o tanto quanto fosse possível. 


Após uma tentativa fracassada de deixa-lo inconsciente com clorofórmio, Jef pediu novamente ao seu emprego por um dia de folga. Seu patrão aceitou. Jef então decidiu matar Oliver (sua décima sexta vítima) o estrangulando. Ele então fez sexo com o cadáver antes de desmembra-lo, colocando sua cabeça e coração no refrigerador e o esqueleto no freezer. 


Quatro dias depois, Jef foi informado que havia sido demitido do seu emprego. Após receber a notícia, ele foi para as ruas e atraiu Joseph Bradehoft, de 25 anos, para seu apartamento. Joseph foi estrangulado e seu corpo jogado na cama de Dahmer, com um lençol por cima, onde ficou por dois dias.  


Quando Dahmer finalmente removeu os lençóis, o corpo de Joseph já estava em decomposição e sua cabeça estava cheia de vermes. Ele decapitou a cabeça colocando-a no refrigerador e depois jogou o torso de Joseph em ácido, junto com os restos mortais de duas de suas vítimas que ele havia matado ao longo do mês anterior, ele armazenava os restos mortais em um barril azul. Joseph Bradehoft foi a décima sétima e última pessoa assassinada por Jeffrey Dahmer. 



Em 22 de julho de 1991, Jeffrey Dahmer se aproximou de três homens e ofereceu 100 dólares para que um deles o acompanhasse até seu apartamento para um ensaio fotográfico nu e para tomar umas cervejas. Tracy aceitou. 


Ao chegar no apartamento, Tracy relata que num primeiro momento parecia se tratar de um apartamento comum, porém, havia um cheiro muito forte que ele não conseguia descrever exatamente do que era, Jeffrey o contou que era um problema com o encanamento do esgoto.  

 

Em seguida ele conta em seu depoimento que tirou as roupas e se sentou no sofá aguardando Jeffrey dar instruções sobre as poses que deveria fazer para ser fotografado. 

 

Jeffrey ofereceu cerveja e Coca-Cola, levou as bebidas até ele e quando Tracy se virou para comentar sobre os peixes num aquário que ficava na sala, Jeffrey algemou rapidamente o pulso esquerdo de Tracy e o ameaçou com uma faca. 

 

Eles foram para o quarto e Tracy disse que não era necessário nada daquilo e que Jeffrey não precisava usar uma faca. Ele conta também que o filme O Exorcista estava passando na TV naquele momento. Ele não reagiu, e tentou ser legal com Jef, conversava com ele sobre como ele era um "amigo". 

 

Tracy comenta que Jef passou a agir de forma estranha, resmungava palavras e ficava andando "pra lá e pra cá", olhava para o filme e parecia querer fazer parte daquele universo e que nas cenas de morte, Jeffrey parecia ficar mais empolgado. Nesse momento Tracy disse que precisava ir ao banheiro e Jef não parece se importar, então Tracy aproveita para tentar fugir, bate em Jef que tenta agarra-lo, mas Tracy consegue sair do apartamento. 

 

Ele correu até o distrito policial de Milwaukee e pediu ajuda aos policiais. Como ele estava com uma algema presa em um dos seus pulsos e extremamente assustado eles não conseguiram entender muito bem o que estava acontecendo. Tentaram soltar as algemas, mas não era a chave correta, então os policiais o acompanharam de volta até o apartamento de Jeffrey. 

 

Quando chegaram Jef agiu normalmente, como se nada tivesse acontecido e permitiu que os policiais entrassem em seu apartamento. Ele disse que a chave da algema estava em seu quarto. Um dos policiais foi até lá pegar a chave que estava sob a mesa de cabeceira, e pasmem, a gaveta estava entreaberta e revelou o horror que Jeffrey praticava. 

 

As fotos dos corpos das vítimas dilacerados e em posições sexuais extremamente grotescas estava ali, o policial prontamente deu voz de prisão a Jeffrey, que tentou reagir, mas foi imobilizado e levado para a delegacia imediatamente. 

 

O apartamento 213 era agora a cena dos crimes mais pavorosos que o Estado de Milwaukee iria conhecer. 

 

quarto do Jeffrey

Jeffrey tentou por duas vezes realizar lobotomia em suas vítimas, com o fim de fazer com que elas "durassem mais". Ele realizou a perfuração do crânio injetando ácido na região do lobo frontal, e na segunda vez que tentou o procedimento, o fez da mesma maneia, mas dessa vez injetando água fervente no lugar do ácido. Esses procedimentos foram realizados com as vítimas ainda vivas. 

 

O modus operandi de Jeffrey era dopar as vítimas, estrangular ou cortar sua garganta enquanto estavam desacordadas. 

 

Depois que ele as matava, abria o abdômen e quando as vísceras estavam expostas ele fotografava e se masturbava com elas. Depois ele desmembrava os corpos, e os guardava na geladeira para cozinhar. As partes que não comia eram armazenadas em um barril azul onde ele jogava ácidos e produtos químicos que fizesse com que as partes derretessem. 


Os crânios eram escalpelados e pintados de cinza ou branco para ficarem exposto em seu altar macabro, partes de esqueletos também eram colocados a mostra de altar. 


 


O caso do Jeffrey L. Dahmer foi o de número F912542.


 

As famílias das vítimas puderam se pronunciar num dado momento do julgamento, os relatos de tristeza, ódio, repulsa e indignação são difíceis de serem assistidos. Mas eu não poderia não transcrever o mais comovente de todos. 


Shirley Hughes, mãe de Antony Hughes leu para Jeffrey um poema que um amigo da família escreveu como se fosse Antony:  

"Tony pensava que era seu amigo, ele conhecia você... Porque sou vítima em um mundo cruel e terrível? Embora eu não possa me comunicar com a voz, me escute de qualquer maneira, tente ouvir a misericórdia em minha boca, olhe para as lágrimas que rolam em meu rosto, veja que cada uma é um grito para curar e perceber, eu vou mostrar a você que eu queria viver.  

Me diga exatamente o que eu fiz para você agir como um monstro, um maníaco, um diabo. 

Oh meu Deus, quem é você? O que é você?  

Aqui você nunca mostrou esse seu lado. Eu confiei em você, eu pensei que você era meu amigo até o fim, e eu não conhecia você como u pensava. Eu nunca senti que o final seria desta maneira.  

Há alguém que poderia me ajudar? Mãe, pai, irmãs, irmãos, alguém por favor me ajuda? 

O que aconteceu comigo? 

Tudo parece estar ficando lento, estou confuso, estou indo... Minha coordenação foi contaminada... Meu amigo o que é que você está fazendo comigo? Eu estou impotente e é mito tarde... Eu não posso lutar com você de volta? 

E o coração está lutando fortemente pela minha vida, para manter meus olhos abertos pela esperança que vejo num novo dia... Sim, você tem total controle sobre mim, minha vida está nas mãos de um amigo de outrora, mas agora um estranho que se tornou meu pior pesadelo. 

Mas um dia eu sei que você vai ser pego. Lembre-se que o que é fito no escuro, vem à tona e mundo inteiro vai saber a pessoa horrorosa que você realmente é. 

Mamãe eu me fui, a minha esperança, minha respiração, meu querer viver... isso tudo foi tirado de mim. 

Eu sei o peso que você arrasta em seu coração dia e noite por causa disso. Mas não estou longe. 

Quando você sentir frio eu vou colocar meus braços em torno de você para te aquecer. 

Se você ficar triste eu vou suavemente pegar seu coração e enchê-lo de alegria! Dois dedos significam: eu te amo na linguagem de sinais, e eu sou surdo. Quando você chorar, tome uma lágrima e coloque-a no vento... 

Dois dedos... Eu te amo mãe." 

 

Deixei o link ao final do texto de parte do julgamento e inclusive dessa citação para que possa ser assistido por quem interessar. 

 

Jeffrey L. Dahmer foi condenado a 957 anos de prisão e ao final do julgamento ele fez um pronunciamento e em parte dele ele disse o seguinte:  

"Agora acabou, isso nunca foi um caso para ganhar a liberdade. Eu nunca quis a liberdade. Francamente eu quero a minha própria morte. Este foi um caso para dizer ao mundo que o que eu fiz não foi por motivos de ódio. Eu não odiei ninguém... 

Eu sei que estava doente, pois os médicos me falaram sobre a minha doença e agora tenho alguma paz... eu me sinto muito mal pelo que fiz para essas pobres famílias e eu entendo o seu direito de ódio. 

Decidi passar por esse tribunal por uma série de razões, eu não queria que as perguntas não fossem respondidas. Todas elas estão agora respondidas. Eu só quero saber o que me levou a ser tão ruim e mal. 

Mas também, o mais importante nesse julgamento foi mostrar a todas as pessoas lá fora com esses distúrbios que talvez elas possam ter ajuda antes de se ferirem ou ferirem alguém. Eu acho que o julgamento fez isso." 

 

Jeffrey cumpria pena na Columbia Correctional Institution, uma instituição correcional de segurança máxima para homens adultos operada pelo Departamento de Correções do Wisconsin, Divisão de Instituições de Adultos em Portage, Columbia County, Wisconsin.  

 

Jeffrey sempre quis morrer, existem relatos de outros presos que afirmaram que ele não tinha coragem de se suicidar, então sempre acabava se envolvendo em brigas e até provocando os outros detentos. 

 

Em 28 de novembro de 1994, aos 34 anos, Jeffrey Lionel Dahmer foi assassinado por Christopher Scarver que estava preso por assassinato em primeiro grau. Jef morreu na ambulância a caminho do hospital.  

 

Após a sua morte houveram muitas controvérsias acerca da doação de seu cérebro para a medicina. Mas em 12 de dezembro de 1995, o juiz Daniel S. George determinou que o cérebro de Jeffrey L. Dahmer fosse cremado. 


Vítimas de Jeffrey Dahmer


Desenho do "altar" de Jeffrey Dahmer

* as imagens utilizadas por esse artigo foram retiradas do Google

Fontes de Pesquisa

  • Livro "Arquivos Serial Killers - Louco ou Cruel"
Ficha Técnica do livro
  • Título: Arquivos Serial Killers - Louco ou Cruel
  • Autora: Ilana Casoy
  • Editora: DarkSide Books
  • Ano de publicação: 2017
Link para comprar o livro: https://amzn.to/3xKUCWN 
 
Louco ou Cruel (primeira edição): https://amzn.to/3xKUTJj

  • Livro "Anatomia do Mal - O dossiê definitivo sobre assassinos em série"
Ficha Técnica do livro
  • Título: Anatomia do Mal - O dossiê definitivo sobre assassinos em série
  • Autor: Harold Schechter
  • Editora: DarSide Books
  • Ano de publicação: 2013
Link para comprar o livro: https://amzn.to/3els6mB

Entrevista histórica com Dahmer contando os detalhes de sua vida e crimes

https://youtu.be/ZICLEfdFawk  

Documentário sobre Jeffrey (apenas legendas em inglês)

 https://youtu.be/Xe5OixqeLVw   

Testemunho de Tracy Edwards

https://www.youtube.com/watch?v=9tW9FMwNoaw&ab_channel=NoDiv%C3%A3comTatyAdes

Primeira entrevista após da prisão de Jeffrey

https://www.youtube.com/watch?v=_fSvnZwkbgY&t=43s&ab_channel=AprendizVerde

Reportagem sobre os 20 anos dos crimes

https://youtu.be/CW1u-jsjQmg  

Vídeos sobre a história de Jeffrey Dahmer

https://www.youtube.com/watch?v=KcgBAZit5Sg&ab_channel=JaquelineGuerreiro

https://www.youtube.com/watch?v=LG6LQltNofw&t=2s&ab_channel=BelRodrigues


Graphic Novel Meu Amigo Dahmer: Estudando com um serial killer 

https://amzn.to/3xOI7JI

 "Meu Amigo Dahmer" (2017): adaptação cinematográfica do livro. 


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Por Thainá Bavaresco.

Comentários

  1. Gente....pior do que filme de terror. O mais incrível é como ele não foi pego antes, com tantas vítimas que desapareciam "do nada". Uma investigação correta certamente pegaria ele no início, pois várias vítimas eram vistas em bares em público com ele antes do desaparecimento, não é possível que não tenham achado testemunhas ou vídeos das câmaras! Fora o cheiro do apartamento e histórico de abuso. Revoltante!

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    Respostas
    1. Exatamente amiga, muitas pessoas foram negligentes desde a infância do Jeffrey... Lamentável tudo que ele fez e também o fim que ele teve.

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  2. Manoooo, que história sinistra da porra!!! E o cérebro dele deveria SIM ter sido doado para estudos.
    Obviamente ele tinha problemas sérios, um cara desses não pode nem ir pra cadeira, tem que ir pra alguma clínica antes, e outra, ele era extremamente inteligente, uma pena usar para esse tipo de coisa...

    Que texto foda!

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    Respostas
    1. A mãe dele brigou na justiça para que não fosse para estudo e o juiz concordou. Também acho que poderia ser estudado, pq ele foi muito cruel e matou muitas pessoas num curto período né 😓

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